“Uh, eu quero você como eu quero”. Quando Kid Abelha interpretou a canção “Como Eu Quero” pela primeira vez lá em 1984, pouco se falava sobre o que hoje é chamado de Dependência Emocional. 

Os relacionamentos fazem parte do cotidiano das pessoas. Sejam eles amorosos, familiares ou sociais de maneira geral. E todos eles estão propensos a produzirem ou serem mantenedores de vínculos poucos saudáveis com características de dependência excessiva.

A fim de entender melhor sobre o assunto, convidamos a Psicóloga Débora Kintschev do Espaço Clínico Infinity para explicar: Mas e então, o que é dependência emocional ?

A psicóloga com especialização em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e ampla experiência em terapia de casal, nos conta que se tratando de relacionamentos amorosos, esses “possuem uma grande importância na vida das pessoas e podem ser fonte de intensa felicidade, bem como de sofrimento para quem faz parte da relação”. 

Débora relata ainda que frequentemente recebe esse tipo de demanda em seus atendimentos clínicos. “É muito comum que as pessoas cheguem para a psicoterapia com questões voltadas para seus relacionamentos, sobretudo, amorosos. Por isso, é fundamental a gente entender de onde vem essa necessidade de ter todo o afeto de seus respectivos parceiros”.

A profissional realizou um aprofundamento maior no tema para que pudesse explicar de que forma se dá esse tipo de comportamento, que segundo as pesquisas, não é saudável, uma vez que pode trazer sofrimento e dependência patológica.

Segundo a psicóloga, a capacidade dos adultos de desenvolverem qualquer tipo de relacionamento com continuidade e estabilidade com outras pessoas depende em grande medida de um desenvolvimento saudável na sua primeira infância, quando acontecem as relações sociais iniciais. Desta forma, o apego aprendido e que se desenvolveu durante toda a infância pode influenciar diretamente nos relacionamentos da vida adulta, levando as pessoas a conceberem relações que nem sempre são saudáveis, beirando o que comumente as pessoas chamam de relacionamentos ‘tóxicos’ e/ou de dependência emocional.

Voltar o olhar para como as crianças e adolescentes desenvolvem seus vínculos é fundamental para o crescimento saudável, bem como para os relacionamentos que essas pessoas venham a ter no futuro.

Deste modo, autores explicam esse tipo de comportamento a partir da Teoria do Apego, cuja proposição acredita que as relações afetivas estão vinculadas às relações de significância que se desenvolvem ao longo do ciclo de vida em um ambiente de segurança, proteção e conforto. Como pontua Débora, “o apego seguro na infância irá proporcionar um desenvolvimento mais saudável das relações ao longo da vida”. 

Atualmente, a Dependência Emocional não está classificada como um diagnóstico nas classificações e manuais de saúde, ela pode ser encontrada como sintoma de outras condições psiquiátricas, por isso, é necessário ficar atento no desenvolvimento das nossas crianças desde o seu nascimento, assim como as nossas relações pessoais enquanto adultos e como elas estão sendo geridas.

Ficou curioso sobre a Teoria do Apego e Dependência Emocional ? Ou então conhece alguém que está passando por isso? Se a resposta for sim, procure ajuda!

O Espaço Clínico Infinity conta com uma equipe de profissionais capacitados e aptos para acolherem e auxiliarem no atendimento de pessoas em sofrimento psíquico e também de crianças e adolescentes típicas e atípicas. Conheça o espaço clínico por meio das redes sociais ou obtenha mais informações nos contatos abaixo. 

Foto ao lado: Crédito: Pixels

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Matéria por: Andress Amon Lima Mattos
Fonte: DIAS, Antônia Grazianne Ferreira. Dependência emocional: uma perspectiva cognitivo-comportamental a partir da Teoria do Apego e dos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDS). 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) – Curso de Psicologia, Centro Universitário Christus, Fortaleza, 2022.